quinta-feira, 11 de abril de 2013

História da Meteorítica!




Centenas de anos antes de Cristo, povos tais como os antigos gregos já teorizavam sobre a natureza dos meteoros ou "estrelas cadentes", quem mais se aproximou da verdade foi o filósofo grego Diógenes de Apolônia, ele dizia que os meteoros eram pedras que vinham do céu em direção à terra e caíam nos lagos onde jamais eram localizados. Também os índios da América do Norte utilizavam os meteoritos de metal como matéria-prima para forjarem suas armas de caça e guerra. Acredita-se que o homem da Pré-História tenha utilizado também os meteoritos metálicos para forjarem suas ferramentas e armas. O conhecimento sobre a natureza dos meteoros, no entanto, continuava um mistério. As "estrelas cadentes" eram tratadas como meros fenômenos atmosféricos, explicavam que eram saraivas ou granizos formados pela solidificação das nuvens, outros diziam que eram rochas ejetadas dos vulcões, pois já haviam encontrado muitas amostras de supostas pedras que eram meteoros. Ninguém jamais imaginaria que essas rochas eram vindas do espaço. Até o início do século 19, muitos cientistas aceitavam a hipótese de Isaac Newton de que não haveria rochas espaciais, ou seja, o espaço interplanetário era limpo.

Em 1772 Peter Pallas fazia sua viagem exploratória na Sibéria em nome de Catarina, a czarina da Rússia, nesta expedição em Krasnoiarsk ele se deparou com uma rocha maciça de metal com cristais incrustados, os habitantes da região diziam que aquele pedaço de rocha havia caído do céu, Pallas apoiava a teoria de que rochas desse tipo eram provenientes do céu.

Peter Pallas incentivou o físico alemão Ernst Florens Friedrich Chladni a publicar uma tese defendendo a hipotese sobre os meteoritos, rochas oriundas do espaço interplanetário que caíam como meteoros ou bolas de fogo no céu. Ele escreveu o livro-texto "Sobre a Origem do Ferro de Pallas e outras similaridades a ela, e sobre alguns fenômenos naturais associados" que foi publicado em 1794 e o nomeou posteriormente como o pai da Meteorítica, uma ciência jovem e que emergiu tempos depois da publicação de Chladni. Em sua obra Chladini compilou todos os dados sobre meteoritos e ocorrências de quedas de meteoros, mas a comunidade científica não o levou a sério, seria preciso uma prova cabal para confirmar sua tese.
                   
               
A chance de provar a teoria dos meteoritos ocorreu em 13 de dezembro de 1795 quando uma bola de fogo foi vista no céu da Inglaterra em Wold Cottage, em plena luz do dia e o céu estava limpo, a queda foi testemunhada por várias pessoas, era uma pedra de massa 25 kg. A rocha foi analisada pelo químico inglês Edward Howard que descobriu haver grãos de ferro enriquecido com níquel na matriz da rocha, essa liga metálica era semelhante ao meteorito de Pallas e a outras ocorrências compiladas por Chladini em sua publicação.

Edward Howard publicou seus resultados e comprovou que a tese de Chladini era verdadeira, de que as pedras analisadas anteriormente foram comprovadas como vindas do céu graças ao ocorrido em Wold Cottage. Isso foi um marco para o início da nova ciência emergente, a Meteorítica.

Mesmo assim, muitos céticos criticaram Howard tratando-o como precipitado ao realizar essas conclusões. Mas outra vez, em 26 de abril de 1803, uma chuva de cerca de 3000 pedras caiu em plena luz do dia próximo de L'Aigle, França, testemunhada por várias pessoas. O fato deu a oportunidade para o físico Jean-Baptiste Biot analisar os meteoritos de L'Aigle concluindo de modo irrefutável a conexão entre a composição química de Wold Cottage, as pedras de L'Aigle, o meteorito de Pallas e outras ocorrências relatadas por Chladini. Estava vencida a disputa entre céticos e apoiadores da teoria dos meteoritos.

Graças a estudiosos como Pallas, Chladini, Howard, Biot entre outros, temos hoje uma ciência plenamente desenvolvida e relacionada com a astrofísica, a Meteorítica, a ciência que estuda não somente os meteoritos, mas a história do nosso sistema solar e faz uma projeção teórica da composição química e evolução de outros sistemas planetários existentes em nossa e em incontáveis bilhões de outras galáxias.


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