quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A civilização Maia




A história do povo maia começa há milhares de anos, quando povos provavelmente vindos da Ásia pelo estreito de Bering (estreito que separa a Ásia da América), ocuparam a América do Norte e Central. Estudos realizados na língua maia levam à conclusão de que ao redor de 2 500 a.C., vivia um povo protomaia, na região de Huehuetenango, na Guatemala. Há cerca de duas horas de Cancun, encontram-se as ruínas da antiga cidade cerimonial de Chichén-Itzá, que floresceu no auge da civilização maia-tolteca. Seu mais importante sacerdote foi Kukulcan (a serpente emplumada), provavelmente vindo do México central onde era conhecido como Quetzalcóatl (ver período maia-tolteca logo abaixo). Ao que tudo indica, Kukulcan foi mesmo um personagem histórico e que morreu e foi enterrado na península de Yucatan. Acreditava-se que ele encarnava o espírito da serpente emplumada.

A história da civilização maia é dividida em período pré-clássico ou formativo, período clássico, período de transição, período maia-tolteca e período de absorção mexicana.

Período Pré-clássico (500 a.C. a 325 d.C.) – Os maias organizaram-se inicialmente em pequenos núcleos sedentários baseados no cultivo do milho, feijão e abóbora. Construíram centros cerimoniais que, por volta do ano 200 da era cristã, evoluíram para cidades com templos, pirâmides, palácios e mercados. Também desenvolveram um sistema de escrita hieroglífica, um calendário e uma astronomia altamente sofisticados. Sabiam fazer papel a partir da casca de fícus e com ele produziam livros. A cultura maia começa a ser delineada. Estátuas de barro antropomorfas aparecem mostrando os traços típicos de seu povo.

Período Clássico (325 d.C. a 925 d.C.) – Costuma-se subdividir este período em clássico temprano (325 d.C. a 625 d.C.) que corresponde ao período em que cessaram as influências externas e os maias se firmaram como povo. Neste período surgiram formas tipicamente maias na arquitetura como o arco corbelado e o registro de datas históricas com o uso de hierógrifos, em florescente (625 d.C. a 800 d.C.), quando as manifestações culturais chegaram ao seu esplendor cultural. Foi a época dos grandes avanços na matemática, na astronomia, na escrita, nas artes e na arquitetura e o Colapso (800 d.C. a 925 d.C.), época em que misteriosamente a cultura maia se deteriorou e os centros cerimoniais foram abandonados.

Em seu auge, a civilização maia abrangia mais de quarenta cidades e acredita-se que a população tenha alcançado dois milhões de habitantes, a maioria dos quais ocupava as planícies da região onde hoje é a Guatemala. As principais cidades eram Tikal, Uaxactún, Copán, Bonampak, Palenque e Río Bec. A população vivia fora dos grandes centros e as classes altas em bairros próximos. Disperso em aldeias dedicadas à agricultura, o povo deslocava-se até os núcleos urbanos apenas para celebrar rituais religiosos e fazer negócios.

A expansão territorial empreendida no final do século IVpara o oeste e o sudeste fez surgir os centros populacionais de Palenque, Piedras Negras e Copán. Impulsionados provavelmente pelo aumento populacional que resultou de um período de excedentes agrícolas, os maias prosseguiram rumo ao norte até controlarem toda a península de Yucatán. O apogeu cultural de que dão testemunho as ruínas dos templos de Palenque, Tikal e Copán, as numerosas estelas com relevos hieroglíficos e a rica cerâmica policromada e figurativa – ocorreu na segunda metade do século VIII. Acredita-se que nesse período as cidades-estado maias formavam uma espécie de federação de caráter teocrático e estritamente hierarquizada em diferentes classes sociais.

Seguiu-se a esse período pacífico uma fase de decadência cujas causas são desconhecidas. Possivelmente uma catástrofe, uma invasão estrangeira inesperada ou uma epidemia, justifique a abrupta mudança de rumos. Uma revolta dos camponeses contra os sacerdotes e o empobrecimento do solo é, no entanto, os motivos mais plausíveis que teriam levado os maias a abandonarem os núcleos urbanos e arredores para se instalarem ao norte de Yucatán, onde começou a reorganização do estado que originou o novo império.

Período de Transição (925 d.C. a 975 d.C.)- este período marca a queda livre da civilização maia e o nível cultural, misteriosamente, caiu quase que ao nível do período pré-clássico.

Período Maia-Tolteca (975 d.C. a 1 200 d.C.) - Época de grande esplendor, mas agora sob forte influência da cultura tolteca, que chegou do centro do México, trazendo consigo o mito de Quetzalcóatl. O povo maia era fundamentalmente um povo guerreiro. Mesmo entre eles, lutavam com crueldade pelo domínio das regiões. Nesta época, houve grande avanço nos conhecimentos astronômicos dos maias que construíram o mais preciso calendário existente. Os maias desenvolveram um sistema numérico próprio, sem o qual não seria possível os avanços científicos, eles descobriram também o número zero. Além deste modo de representar números, eles tinham um outro sistema, mais próximo dos hieróglifos. Cada número era representado por uma cabeça diferente, mas não tão diferente para nó aponto de podermos ler tais números com facilidade.

Período de Absorção Mexicana (1 200 d.C. a 1540 d.C.)- nesta época surgiram vários conflitos, as alianças entre os vários grupos foram sendo quebradas e houve uma série de enfrentamento bélico que dividiu as populações e empobreceram ainda mais a cultura. Quando os espanhóis chegaram à região maia, as grandes cidades cerimoniais já haviam sido abandonadas, a cultura estava em total decadência.

Depois que a grande civilização maia da região central entrou em decadência, a da porção setentrional da península de Yucatán atingiu seu apogeu. O novo império ou período pós-clássico sofreu forte influência mexicana, como atestam o militarismo e o culto a Kukulcán (Quetzalcóatl, para os toltecas), simbolizado pela figura da serpente emplumada. Os núcleos principais desse período eram Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán.

No final do século XII, a cidade de Mayapán passou a dominar toda a península e organizou um império que durou até meados do século XV, quando líderes de outras cidades rebelaram-se contra essa hegemonia. Mayapán foi arrasada, e iniciou-se um novo e longo período de anarquia e desintegração da civilização maia. Ao caos resultante das lutas entre diversas cidades independentes pela primazia somaram-se desgraças naturais como o furacão de 1464 e a peste de 1480. Centros outrora esplendorosos foram abandonados e os maias voltaram a Petén, na região central.

Os espanhóis, que chegaram à costa de Yucatán em 1511, tiveram sua tarefa de conquista facilitada pela decadência maia e sua fragmentação interna. No final da década de 1520, todos os territórios de influência maia haviam sido dominados. Pedro de Alvarado conquistou a Guatemala em 1525, e Francisco de Montejo ocupou em 1527 o Yucatán, cuja conquista foi consolidada por seu filho e homônimo em 1536. Apenas a região central, sob controle dos itzás, permaneceu independente até 1697, quando foi ocupada por Martín de Ursúa. Restava pouco daquela que foi uma das mais fantásticas civilizações que o mundo já teve. O tempo foi implacável. Nos roubou para sempre esse tesouro. Restam as lembranças que as ruínas guardaram para nós.

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