quarta-feira, 18 de setembro de 2013

QUETZALCOATL



O nome deste deus pertencente à mitologia americana significa "serpente-pássaro" ou "serpente com plumas" em asteca. Quetzal era uma palavra que designava algo de valioso ou de divino.Era considerado em algumas alturas filho de Xochiquetzal e Mixcoatl e noutras da deusa Coatlicue, tendo nascido juntamente com o seu irmão gémeo Xolotl da deusa virgem. 

Os reis e os sumos-sacerdotes tinham por hábito adotar nomes de divindades, daí que se encontrem ao longo da História muitos personagens com os nomes deste deus (como é o caso de um governante tolteca do século X denominado Topiltzin Ce Acatl Quetzalcoátl).
Apesar do seu culto se verificar principalmente nas tribos Nauatle, foi venerado por vários povos, entre os quais os Quiches, os Otomis, os Mixtecas, os Maias, os Astecas e os Toltecas, tendo-lhe cada um deles atribuído nomes diferentes. Assim, os Otomis chamavam-lhe Ndahi, os Maias Kuculkan e os Quiches Gukumatz. 

Erigiam-lhe templos circulares para que o vento não encontrasse nenhum obstáculo, pois Quetzacoátl era o deus do Vento (Ehecatl), representado por uma máscara com dois canos. Era também o inventor do calendário, da metalurgia, criador da vida, protetor das artes e um herói que defendia a paz e o saber. Foi ele quem ensinou aos Toltecas o engaste de pedras preciosas, o derretimento da prata, a medição dos ciclos do Sol e da Lua, o uso da pedra para edificar e a prática de habilidades como a de pintar sinais e figuras em livros.

A veneração deste deus ao qual ofereciam perfumes, flores e pão (apesar de em algumas tradições se incluírem os sacrifícios humanos) iniciou-se pelos Toltecas, em Tula, passando Cholula a ser o principal sítio de culto depois da invasão dos Astecas, que o tornaram num dos deuses mais importantes da sua devoção. Há representações sob a forma de serpente emplumada em vestígios nas cidades de Chichen - Itza e Teotihuacan. As representações mais comuns são as de um homem idoso vestido com uma túnica, de barbas brancas, com o corpo e a cara pintadas de negro e uma máscara imitando um focinho vermelho e bicudo.

Quetzalcoátl é também a representação do planeta Vénus ou a Estrela da Tarde, tendo-lhe sido dado o nome de Tlahuizcalpantecuhtli. Quando estava sob esta forma, na conjunção inferior do Sol e de Vénus, causava inúmeros infortúnios e morte a quem tocava com os raios. 

Esta divindade estava em permanente batalha com o também deus asteca Tezcatlipoca, omnipotente e vencedor dos Toltecas. Este representava os furacões que perseguiam e acabavam com as condições climáticas amenas e favoráveis à agricultura dadas pelos ventos alísios personificados por Quetzalcoátl. Esta é a justificação de Tezcatlipoca, o deus-feiticeiro, também se denominar Hurakan ("Furacão") e Yoelli Ehecatl ("Vento da Noite").

A casa de Quetzalcoátl era em prata coberta com as magníficas plumas dos pássaros maravilhosos que lá viviam e tinha quatro divisões que representavam os quatro pontos cardeais. A que estava virada a sul era revestida a conchas marinhas, a orientada a norte de jaspe, a que se encontrava na direção de oeste de turquesas e esmeraldas e a que se virava para oriente de ouro, sendo a casa povoada de servidores, entre os quais até havia anões. Quem vivia perto deste deus tinha tudo o que poderia desejar: o algodão nascia já tingido, as plantas sempre verdejantes e como Quetzalcoátl ofertou o milho ao seu povo este pôde fixar-se e progredir.

Quando Tezcatlipoca o baniu de Tula ele prometeu ao seu povo que voltaria, escondeu as riquezas na fonte de Cozcaapan onde nunca mais as foi buscar, queimou a casa e partiu com a sua comitiva. As lágrimas e as mãos do deus gravaram-se numa pedra, onde se encontram até hoje, quando após atravessar as montanhas o deus fez uma pausa e olhou na direção de Tula. Invadido então pela tristeza depois de se ver a um espelho e se ter sentido velho e impotente para salvar o seu povo, as lágrimas correram-lhe pela face abaixo. 

Alguns dos homens de Tula que escaparam ao assassínio de Tezcatlipoca juntaram-se ao deus, que lhes ensinou novos ofícios; no entanto, depois de atravessarem uma montanha de fogo e outra de gelo o deus viu-se só pois todos os seus acompanhantes tinham morrido. Compôs um cântico de lamentação e seguiu até à praia. Chegado aqui, dão-se duas versões dos factos: a primeira é a de que se transformou em cinzas depois de tirar a máscara de pele de serpente de cor turquesa e o traje feito de penas cintilantes e se ter atirado a um precipício. Destas cinzas saíram pássaros com plumagens coloridas que cantavam maravilhosamente e em direção ao céu voou o coração de Quetzacoátl que passou deste modo a ser chamado de Estrela da Tarde (Tlahuizacalpantecuhtli).

Há, no entanto, outra história que justifica o nome de Estrela da Tarde: Quetzalcoátl ter-se-ia enamorado de Tezcatlipoca, mas depois caiu em si e com os remorsos auto-incendiou-se. Foi então que o seu coração subiu ao céu onde ficou a brilhar.

A segunda versão é a de que o deus ao chegar à praia desapareceu no Golfo do México navegando numa jangada feita de serpentes e que voltará jovem algum dia. Essa é a razão de terem posto vigias à beira-mar e tornarem a conquista e imposição de Fernando Cortez em 1519 extremamente fáceis quando este chegou ao México. Reconheceram-no como Quetzalcoátl e Montezuma III, o imperador asteca, chegou inclusive a oferecer-lhe a máscara e o manto de plumas que identificavam o deus.A sua história valeu-lhe o título de senhor da morte e ressurreição, sendo também o protetor dos sacerdotes. 

Quetzalcoátl era o mais importante personagem no mito da criação ou dos "sóis" (vd. Mitologia Pré-Colombiana), acreditando-se que tinha ido para o mundo subterrâneo, Mictlan, e que lá tinha criado os Homens com a ajuda de Cihuacoatl, infundindo vida aos ossos de raças anteriores com o seu sangue. 

Se considerarmos também a versão do seu nascimento da deusa virgem, podemos facilmente encontrar um paralelo entre a sua história e alguns dos factos da vida de Jesus Cristo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A civilização Maia




A história do povo maia começa há milhares de anos, quando povos provavelmente vindos da Ásia pelo estreito de Bering (estreito que separa a Ásia da América), ocuparam a América do Norte e Central. Estudos realizados na língua maia levam à conclusão de que ao redor de 2 500 a.C., vivia um povo protomaia, na região de Huehuetenango, na Guatemala. Há cerca de duas horas de Cancun, encontram-se as ruínas da antiga cidade cerimonial de Chichén-Itzá, que floresceu no auge da civilização maia-tolteca. Seu mais importante sacerdote foi Kukulcan (a serpente emplumada), provavelmente vindo do México central onde era conhecido como Quetzalcóatl (ver período maia-tolteca logo abaixo). Ao que tudo indica, Kukulcan foi mesmo um personagem histórico e que morreu e foi enterrado na península de Yucatan. Acreditava-se que ele encarnava o espírito da serpente emplumada.

A história da civilização maia é dividida em período pré-clássico ou formativo, período clássico, período de transição, período maia-tolteca e período de absorção mexicana.

Período Pré-clássico (500 a.C. a 325 d.C.) – Os maias organizaram-se inicialmente em pequenos núcleos sedentários baseados no cultivo do milho, feijão e abóbora. Construíram centros cerimoniais que, por volta do ano 200 da era cristã, evoluíram para cidades com templos, pirâmides, palácios e mercados. Também desenvolveram um sistema de escrita hieroglífica, um calendário e uma astronomia altamente sofisticados. Sabiam fazer papel a partir da casca de fícus e com ele produziam livros. A cultura maia começa a ser delineada. Estátuas de barro antropomorfas aparecem mostrando os traços típicos de seu povo.

Período Clássico (325 d.C. a 925 d.C.) – Costuma-se subdividir este período em clássico temprano (325 d.C. a 625 d.C.) que corresponde ao período em que cessaram as influências externas e os maias se firmaram como povo. Neste período surgiram formas tipicamente maias na arquitetura como o arco corbelado e o registro de datas históricas com o uso de hierógrifos, em florescente (625 d.C. a 800 d.C.), quando as manifestações culturais chegaram ao seu esplendor cultural. Foi a época dos grandes avanços na matemática, na astronomia, na escrita, nas artes e na arquitetura e o Colapso (800 d.C. a 925 d.C.), época em que misteriosamente a cultura maia se deteriorou e os centros cerimoniais foram abandonados.

Em seu auge, a civilização maia abrangia mais de quarenta cidades e acredita-se que a população tenha alcançado dois milhões de habitantes, a maioria dos quais ocupava as planícies da região onde hoje é a Guatemala. As principais cidades eram Tikal, Uaxactún, Copán, Bonampak, Palenque e Río Bec. A população vivia fora dos grandes centros e as classes altas em bairros próximos. Disperso em aldeias dedicadas à agricultura, o povo deslocava-se até os núcleos urbanos apenas para celebrar rituais religiosos e fazer negócios.

A expansão territorial empreendida no final do século IVpara o oeste e o sudeste fez surgir os centros populacionais de Palenque, Piedras Negras e Copán. Impulsionados provavelmente pelo aumento populacional que resultou de um período de excedentes agrícolas, os maias prosseguiram rumo ao norte até controlarem toda a península de Yucatán. O apogeu cultural de que dão testemunho as ruínas dos templos de Palenque, Tikal e Copán, as numerosas estelas com relevos hieroglíficos e a rica cerâmica policromada e figurativa – ocorreu na segunda metade do século VIII. Acredita-se que nesse período as cidades-estado maias formavam uma espécie de federação de caráter teocrático e estritamente hierarquizada em diferentes classes sociais.

Seguiu-se a esse período pacífico uma fase de decadência cujas causas são desconhecidas. Possivelmente uma catástrofe, uma invasão estrangeira inesperada ou uma epidemia, justifique a abrupta mudança de rumos. Uma revolta dos camponeses contra os sacerdotes e o empobrecimento do solo é, no entanto, os motivos mais plausíveis que teriam levado os maias a abandonarem os núcleos urbanos e arredores para se instalarem ao norte de Yucatán, onde começou a reorganização do estado que originou o novo império.

Período de Transição (925 d.C. a 975 d.C.)- este período marca a queda livre da civilização maia e o nível cultural, misteriosamente, caiu quase que ao nível do período pré-clássico.

Período Maia-Tolteca (975 d.C. a 1 200 d.C.) - Época de grande esplendor, mas agora sob forte influência da cultura tolteca, que chegou do centro do México, trazendo consigo o mito de Quetzalcóatl. O povo maia era fundamentalmente um povo guerreiro. Mesmo entre eles, lutavam com crueldade pelo domínio das regiões. Nesta época, houve grande avanço nos conhecimentos astronômicos dos maias que construíram o mais preciso calendário existente. Os maias desenvolveram um sistema numérico próprio, sem o qual não seria possível os avanços científicos, eles descobriram também o número zero. Além deste modo de representar números, eles tinham um outro sistema, mais próximo dos hieróglifos. Cada número era representado por uma cabeça diferente, mas não tão diferente para nó aponto de podermos ler tais números com facilidade.

Período de Absorção Mexicana (1 200 d.C. a 1540 d.C.)- nesta época surgiram vários conflitos, as alianças entre os vários grupos foram sendo quebradas e houve uma série de enfrentamento bélico que dividiu as populações e empobreceram ainda mais a cultura. Quando os espanhóis chegaram à região maia, as grandes cidades cerimoniais já haviam sido abandonadas, a cultura estava em total decadência.

Depois que a grande civilização maia da região central entrou em decadência, a da porção setentrional da península de Yucatán atingiu seu apogeu. O novo império ou período pós-clássico sofreu forte influência mexicana, como atestam o militarismo e o culto a Kukulcán (Quetzalcóatl, para os toltecas), simbolizado pela figura da serpente emplumada. Os núcleos principais desse período eram Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán.

No final do século XII, a cidade de Mayapán passou a dominar toda a península e organizou um império que durou até meados do século XV, quando líderes de outras cidades rebelaram-se contra essa hegemonia. Mayapán foi arrasada, e iniciou-se um novo e longo período de anarquia e desintegração da civilização maia. Ao caos resultante das lutas entre diversas cidades independentes pela primazia somaram-se desgraças naturais como o furacão de 1464 e a peste de 1480. Centros outrora esplendorosos foram abandonados e os maias voltaram a Petén, na região central.

Os espanhóis, que chegaram à costa de Yucatán em 1511, tiveram sua tarefa de conquista facilitada pela decadência maia e sua fragmentação interna. No final da década de 1520, todos os territórios de influência maia haviam sido dominados. Pedro de Alvarado conquistou a Guatemala em 1525, e Francisco de Montejo ocupou em 1527 o Yucatán, cuja conquista foi consolidada por seu filho e homônimo em 1536. Apenas a região central, sob controle dos itzás, permaneceu independente até 1697, quando foi ocupada por Martín de Ursúa. Restava pouco daquela que foi uma das mais fantásticas civilizações que o mundo já teve. O tempo foi implacável. Nos roubou para sempre esse tesouro. Restam as lembranças que as ruínas guardaram para nós.

A Civilização Nazca



A Civilização de Nazca nasceu e se desenvolveu no sul do Peru, no período de 300 AC e 800 DC (antes dos Incas). Estudada até hoje com relação aos geoglifos, extensos desenhados no solo do deserto de Nazca.

A civilização também tinha a capacidade de construir aquedutos subterrâneos e  artigos em cerâmica. Os geóglifos são conhecidos como as “linhas de Nazca”, desenhos de grande dimensão no Deserto de Nazca, percebidos em vôos de avião e helicóptero.



Civilização Nazca - Arqueologia

As Linhas de Nazca estão localizados no deserto de Nazca, um altiplano árido que se estende entre as cidades de Nazca e Palpa no pampa (uma grande área plana do sul do Peru). A planície deserta da costa peruana, que inclui o Pampa de San Jose (Jumana), Socos, El Ingenio e outros, na província de Nazca, mede 400 km. Ao sul de Lima, abrange uma área de aproximadamente 450 km, do deserto de areia, bem como as encostas dos contornos dos Andes. Elas cobrem cerca de 400 quilômetros quadrados de deserto. Gravadas na superfície de areia no deserto de Pampa tem cerca de 200 figuras feitas em linhas retas, suas formas geométricas só podem ser vistas do ar, em grande altitude.

As linhas de Nazca são geóglifos e linhas direitas no deserto Peruviano. Foram feitas pelo povo Nazca, entre 200 a.C. e 600 d.C. ao longo de rios que desciam dos Andes. O deserto estende-se por mais de 1.400 milhas ao longo do Oceano Pacifico. A área de Nazca onde se encontram os desenhos é conhecida pelo nome de Pampa Colorada. Tem 15 milhas de largura e corre ao longo de 37 milhas paralela aos Andes e ao mar. As pedras vermelho escuras e o solo foram limpas, expondo o subsolo mais claro, criando as "linhas". Não existe areia neste deserto. Do ar, as "linhas" incluem não só linhas e formas geométricas, mas também representações de animais e plantas estilizadas. Algumas, incluindo imagens de humanos, estendem-se pelas colinas nos limites do deserto.
As Linhas de Nazca são um enigma. Ninguém tem provas de quem os construiu e por quê. Desde sua descoberta, as Linhas de Nazca tem inspirado explicações fantásticas a respeito dos deuses antigos, sendo que uma pista de pouso foi construída para o regresso dos deuses, um calendário celestial criado pela antiga civilização de Nazca. As linhas podem ser vistas com maior precisão a partir de um vôo de um pequeno avião (3 passageiros por vez), a partir do aeroporto de Nazca.

Dezenas de hipóteses já foram levantadas à cerca de quem elaborou por que teria feito as fabulosas "linhas" e "figuras" geométricas de Nazca. Porém nenhuma parece ser conclusiva.
São cinquênta quilômetros povoados de formas geométricas, figuras de animais e supostas "pistas de aterrissagem".

Não foi se não na década de vinte que pilotos peruanos, que sobrevoavam a região, alertaram sobre as enigmáticas figuras. A partir de 1926, os primeiros mapas e estudos sobre a região começaram a surgir, assim como toda a sorte de explicações.
No entanto, registros sobre estas imagens remontam à época da conquista espanhola. Nas crônicas de Luis de Monzón, magistrado espanhol, foram incluidas - em fins do século XVI - a versão contada pelos índios anciãos das planícies, os quais viam os viracochas como causa e motivo para a execução das imagens.

Segundo parece, os Viracochas eram um grupo étnico minoritário, descendentes do mítico "homem-deus-viracocha", que chegado dos céus, resolveu instruir uma parte dos povos andinos. Segundo estes mesmos povos da região de Nazca, eles seriam capazes de voar. Portanto, as figuras geométricas que encontramos na região seriam uma forma de contato, homenagem ou culto para/com aqueles que podiam "enxergar do alto".

Em 1968, um polêmico livro transformou a cidade de Nazca num centro de peregrinação de esotéricos.Erich Von Däniken, suíço e gerente de um hotel nos Alpes publicou o livro "Eram os Deuses Astronautas?".

Em seu livro, Erich relaciona uma série de mistérios do passado à presença de extraterrestres entre as civilizações antigas. Uma página e meia dedicada a Nazca fez com que a cidade entrasse nos roteiros turísticos de milhares de visitantes do mundo todo.  
O fato é que tendo sido feitos para extraterrestres ou não, nada explica até agora, o fato de certas imagens de centenas de metros terem sido feitas de modo que só pudessem ser vistas ou identificadas do alto.

Situados no Vale do Ingênio, há algo que algumas pessoas dizem ser uma pista de pouso para ÓVNIS. Apesar de achar possível que os povos nativos desta e de outras regiões já fizessem contato com estes viajantes, me parece ridícula a idéia que seres com tamanha tecnologia para viajens interplanetárias, precisarem de qualquer tipo de "pista de pouso". 
A teoria extraterrestre é proposta principalmente por aqueles que consideram difícil de acreditar que uma raça de "índios primitivos" poderia ter a inteligência de conceber tal projetos, muito menos a tecnologia para transformar o conceito em realidade.

Como em todos os mistérios sem explicação, há diversas teorias a seu respeito. Uma delas dispõe que as imagens ou figuras geométricas seriam um gigante método de predição astronômica. A maior defensora desta idéia é a matemática alemã Maria Reiche.

De acordo com Maria Reiche, que dedicou 40 anos de sua carreira ao estudo, limpeza e conservação das linhas - as figuras constituiriam solstícios, posição e mudanças das estrelas. Sua teoria foi corroborada pelo astrônomo peruano Luis Mazzoti. Mazzoti diz que Nazca nada mais é que um complexo "mapa estelar", com a configuração das constelações assim como eram vistas naquelas latitudes há aproximadamente 1500 anos atrás. No entanto, o que dizer das "linhas", "pistas" e demais formas geométricas?

Teorias recentes dos astrônomos e antropólogos norte americanos Anthony Aveni, Gary Urton e Persis Clarkson dizem que as linhas retas mais longas teriam uma conecção com lugares sagrados, uma espécie de caminho que os peregrinos deveriam percorrer. Mas sendo assim, onde estão as ruínas de tais lugares ou templos sagrados?

Cemitério de Chauchilia  - A 30 km de Nazca fica o Cemitério de Chaullita, onde pode-se observar as tumbas, esqueletos e múmias do período 100aC a 1300dC.A poucos anos atrás as múmias eram vistas na superfície, mas agora elas foram colocadas em 12 tumbas. A cultura nazca, é uma das mais antigas civilizações americanas a dominar técnicas avançadas de mumificação. Devido ao clima seco do deserto, os corpos ali enterrados permaneceram intocados até o início deste século, quando o local foi invadido por huaqueros (saqueadores), que se especializaram em vender peças retiradas das tumbas para colecionadores e museus europeus e norte-americanos sem a burocracia exigida pelo governo peruano. Durante anos, o cemitério de Chauchilia permaneceu vulnerável a esses roubos, tendo perdido toda sua riqueza material, já que muitos corpos eram enterrados com significativas quantias de ouro e pedras preciosas. Muitas múmias, esqueletos, crânios e ossos, no entanto, continuam lá e hoje tornaram-se uma das principais atrações turísticas da região. Um passeio no mínimo curioso e que vale a pena ser feito. Normalmente um tour de meio dia custa cerca de US$5, quando não integrado às Linhas.

Construído  - entre 300 a.C e 700 d.C, os aquedutos testemunham o grau de desenvolvimento das antigas civilizações que habitavam a região - uma das mais secas do mundo. Ainda em funcionamento, são responsáveis pela irrigação, levando a água de lagunas das montanhas aos campos das redondezas. As ventarias construídas em pedra e de forma aspiral são bastante interessantes, e você pode não apenas ver, como também entrar e percorrer pela água.

As Linhas de Nazca - Novo Post



As Linhas de Nazca ou Nasca são um conjunto de geoglifos antigos localizada no deserto de Nazca, no sul do Peru. Eles foram designados como um Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1994. O alto planalto árido se estende por mais de 80 km entre as cidades de Nazca e Palpa nos Pampas de Jumana, cerca de 400 km ao sul de Lima.

 Embora alguns geoglifos locais lembrem a cultura de Paracas, estudiosos acreditam que as Linhas de Nazca foram criados pela civilização de Nazca entre 400 e 650 d.C.1 As centenas de figuras individuais variam em complexidade a partir de simples linhas até beija-flores estilizados, aranhas, macacos, peixes, tubarões ou orcas, lhamas e lagartos.

As linhas são desenhos rasos feitos no chão, removendo as pedras avermelhadas onipresentes na região e descobrindo o chão esbranquiçadas por baixo. Centenas são simples linhas ou formas geométricas, com mais de setenta desenhos de animais, aves, peixes ou figuras humanas. Os maiores têm mais de 200 metros de diâmetro. Os estudiosos divergem na interpretação dos efeitos dos projetos, mas geralmente atribuem-lhe significado religioso.

Os desenhos geométricos poderiam indicar o fluxo de água ou estarem ligados a rituais para convocar água. As aranhas, pássaros e plantas poderiam ser símbolos de fertilidade. Outras explicações possíveis incluem: sistemas de irrigação ou gigantes calendários astronômicos.

Devido ao clima seco, sem vento e estável, de planalto e ao seu isolamento, a maior parte das linhas foram preservadas. Extremamente raras, mudanças climáticas podem alterar temporariamente os projetos em geral.

Depois que as pessoas começaram a viajar de avião sobre a área em 1930 e viram as Linhas de Nazca, os antropólogos começaram a estudá-las. Uma das principais questões que deixaram os estudiosos mais intrigados foi a maneira como essas linhas foram construídas.

Vista aérea das Linhas Nazca

Os estudiosos teorizam que o povo de Nazca poderia ter usado ferramentas simples e equipamento de levantamento para a construção das linhas. Estudos descobriram estacas de madeira no chão no final de algumas linhas, que apoiavam esta teoria. Uma dessas estacas foram datadas por radiocarbono para o estabelecimento da idade dos desenhos.

 O pesquisador Joe Nickell, da Universidade de Kentucky tem reproduzido as figuras usando ferramentas e tecnologias disponíveis para o povo de Nazca. A National Geographic chamou sua obra "notável em sua exatidão", quando comparados com as linhas reais. Com um planejamento cuidadoso e tecnologias simples, uma pequena equipe de pessoas poderiam recriar mesmo os maiores desenhos em poucos dias, sem qualquer assistência aérea. A maioria das linhas formam uma trincheira de aproximadamente seis centímetros de profundidade.

As linhas foram feitas através da remoção do óxido de ferro marrom-avermelhado revestido por pedras que cobrem a superfície do deserto de Nazca. Quando o cascalho é retirado, a terra de cor clara embaixo aparece, em linhas de cores fortemente contrastantes com a superfície. O povo de Nazca "desenhou" várias centenas de animais simples, mas enormes, e figuras humanas com esta técnica. No total, o projeto de terraplenagem é enorme e complexo: a área que abrange as linhas é de cerca de 500 quilômetros quadrados e os maiores desenhos podem abranger cerca de 270 metros. O clima extremamente seco, sem vento, e constante da região de Nazca preservou as linhas. O deserto de Nazca é um dos mais secos da Terra e mantém uma temperatura em torno de 25 °C durante todo o ano. A falta de vento ajudou a manter as linhas descobertas e visíveis até os dias atuais.

Os arqueólogos, etnólogos e antropólogos têm estudado a antiga e complexa civilização de Nazca para tentar determinar o efeito das linhas e figuras. Uma teoria é que o povo Nazca criou tais figuras para que pudessem ser vistos por seus deuses no céu. Os pesquisadores Kosok e Reiche propõem um objectivo relacionado com a astronomia e cosmologia: as linhas tinham a intenção de atuar como uma espécie de observatório, para apontar para os lugares no horizonte onde o sol e outros corpos celestes nascem ou se põem. Muitas culturas pré-históricas indígenas nas Américas e em outros lugares construíram monumentos em terra para observação astronômica combinada com a sua cosmologia religiosa, assim como a cultura Mississippiana, no atual Estados Unidos.

Outro exemplo é o de Stonehenge, na Inglaterra. Mas, Gerald Hawkins e Anthony Aveni, especialistas em arqueoastronomia, concluiram em 1990 que não havia provas suficientes para sustentar tal explicação astronômica.

Em 1985, o arqueólogo Johan Reinhard publicou dados arqueológicos, etnográficos e históricos que demonstram que o culto às montanhas e outras fontes de água predominaram na religião e na economia de Nazca, dos mais antigos aos tempos mais recentes. Ele teorizou que as linhas e as figuras eram parte das práticas religiosas que envolvem o culto a divindades associadas com a disponibilidade de água.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A Bateria de Bagda - Novo Post





Na década de 30, o arqueólogo alemão Wilhelm Konig descobriu em um vilarejo próximo a Bagdá, no Iraque, um misterioso vaso de argila de 13 centímetros de altura, contendo um cilindro de cobre que encerrava uma barra de ferro. O artefato mostrava sinais de corrosão, e testes realizados na peça revelaram a presença de alguma substância ácida, possivelmente vinagre ou vinho. Em outras palavras, o arqueólogo havia encontrado uma antiga pilha.

No entanto, o mais curioso é que o objeto foi datado em aproximadamente 200 anos antes de Cristo e, afinal, para que as pessoas de 2 mil anos atrás precisariam de uma pilha?! No total foram encontradas cerca de 12 baterias, e mesmo depois de tantas décadas desde o seu descobrimento, elas continuam intrigando os pesquisadores e gerando muitas discussões.

Discrepâncias

Existem muitas controvérsias envolvendo as pilhas, começando pela própria descoberta dos artefatos. Há poucos registros sobre as escavações, que foram pobremente documentadas pelo arqueólogo alemão. Portanto, até hoje não existe um consenso se Konig coletou os objetos do tal sítio arqueológico ou se os encontrou nos porões do Museu de Bagdá, depois de ter se tornado diretor da instituição.

A idade das baterias também é discutida, já que o estilo dos vasos pertenceria a um período posterior — entre 225 e 640 d.C. —, tornando os objetos muito mais “jovens” do que o apontado por Konig. No entanto, a maior discussão mesmo fica por conta da utilidade dos misteriosos objetos, pois simplesmente não existe qualquer registro histórico que se refira a eles. Teriam os persas antigos algum conhecimento sobre os princípios da eletricidade?

Réplicas funcionais

Independente das discussões sobre onde foram encontradas e se os antigos tinham conhecimento suficiente para fabricá-las, o fato é que as baterias eram capazes de conduzir uma corrente elétrica, fato comprovado por diversas réplicas criadas por pesquisadores em todo o mundo.

Embora ninguém saiba dizer ao para que eram empregadas, as réplicas indicam que as baterias eram capazes de produzir voltagens entre 0,8 e quase 2 volts. E mais: se fossem conectadas — apesar de nunca terem sido descobertos fios condutores entre os artefatos, infelizmente —, as baterias poderiam produzir voltagens bem mais altas.

Possíveis utilidades

Há quem acredite que as baterias fossem utilizadas pelos antigos médicos persas para tratar a dor através de pequenos choques. Outras teorias apontam que os objetos poderiam ter sido empregados na galvanização de superfícies metálicas, para embelezar joias, produzir moedas ou outros itens. Existe também a hipótese de que os artefatos ficassem escondidos em estátuas ou ídolos religiosos de metal, dando pequenos choques em quem os tocassem.

Em 1940, o engenheiro americano Willard Gray construiu uma réplica da pilha de Bagdá e, usando uma solução de sulfato de cobre, conseguiu gerar cerca de meio volt de eletricidade. Nos anos 70, o egiptólogo alemão Arne Eggebrecht fez a bateria funcionar melhor ainda com um ingrediente abundante na antiga Mesopotâmia: com suco de uva, a pilha produziu 0,87 volt de energia. Uma das hipóteses para o uso da pilha é a medicina - os gregos antigos, por exemplo, usavam peixes elétricos como analgésico. Mas a corrente gerada é pequena demais. Outra possibilidade é a aplicação da energia para galvanizar metais na ourivesaria.

Video Explicativo do uso da Bateria de Bagdad

Contudo, nenhuma divindade de metal que pudesse conter as baterias jamais foi encontrada, e não existem registros confiáveis sobre a réplica do suposto processo de galvanização em laboratório. Portanto, a não ser que alguém invente uma máquina do tempo que nos permita voltar e conferir para qual finalidade as baterias de Bagdá eram utilizadas, elas continuarão sendo um dos maiores mistérios arqueológicos do mundo.



FonteBBC Museum of Ancient Inventions The Museum of UnNatural Mystery World Mysteries