sexta-feira, 19 de abril de 2013

Civilização Perdida na Amazônia



Uma pesquisa baseada em imagens aéreas pode reescrever a história da Amazônia. O estudo, feito em conjunto por pesquisadores da Universidade Federal do Acre, Universidade Federal do Pará e Instituto Iberoamericano da Finlândia, sugere que a população que viveu no local antes do descobrimento do Brasil era maior e mais desenvolvida do que se imaginava.

Até então, o consenso entre os historiadores era que a Amazônia havia sido ocupada por tribos pequenas e pouco civilizadas, principalmente nas áreas distantes dos rios, chamadas de terra firme. As imagens analisadas, no entanto, mostram grandes formações feitas pelo homem na vegetação local, tanto na terra firme quanto na várzea dos rios. Ao todo, foram encontradas 200 formações geométricas - algumas com até 300 metros de extensão. A maioria delas fica próxima à divisa entre os Estados do Acre e do Amazonas.

Chamadas pelos arqueólogos de geoglifos, as formações foram criadas entre os anos de 1244 e 1378. Segundo os estudiosos, elas ficavam escondidas pela copa de outras árvores, o que impossibilitava sua observação. Elas foram descobertos devido ao desmatamento, que diminuiu o volume da vegetação nos últimos 30 anos.

A função dos geoglifos ainda é motivo de discussão entre os pesquisadores. Alguns acreditam que eles tenham significado simbólico ou religioso; outros afirmam que a remoção da vegetação em algumas áreas pode ter algum tipo de função militar.

Baseados no tamanho das formações e na quantidade de vegetação que precisou ser removida para criá-las, os pesquisadores fizeram uma estimativa da população que vivia no local. Segundo eles, o número de habitantes pode chegar a 60 mil - uma população alta, sobretudo para a região da terra firme. Os pesquisadores também afirmam que, devido à dificuldade de observar a Amazônia via satélite, os geoglifos encontrados podem ser apenas 10% do total existente na região.


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