domingo, 13 de abril de 2008

Pangeia - Teoria de um só Continente


Baseado na confirmidade de contorno entre a costa brasileira e a costa africana, Alfred Lothar Wegener, meteorologista alemão, escreveu seu livro intitulado "Teoria da Deriva Continental" (The Origin of Continents) publicado em 1917. Elaborou esta representação, porque acreditava que os continentes estivessem assim agrupados no passado e em razão de um fenômeno que desconhecia, teria ocorrido uma separação proporcionando entre outros a atual geografia na Terra.

Não existe nenhum trabalho na atualidade que diferencie o que Wegener havia estabelecido em seus levantamentos. Tudo o que se pode perceber é uma tendência que busca admitir o que dizia aquele que em seu tempo era ridicularizado. Nada foi acrescido desde então e tudo o que podemos perceber é a procura por elementos que comprovem esta teoria sobre a antiga geografia.
Percebam que nesta reordenação tal como apresentada, não existe nenhuma diferença na ordem magnética comparada à atual, o que na verdade já incorre em um erro, pois todos os trabalhos realizados desde 1950, como os que tiveram resultados no sopé da Serra Nevada com a equipe liderada por Allan Cox, auxiliada por Richard Doell, e um cientista Brent Dalrymple, especializado em uma técnica recém criada de datação a partir do árgon* ou nos trabalhos de Fred Vinne e Drummond Matheus no Oceano Índico, dão conta de que os pólos da Terra já tiveram vinte e cinco posições diferentes nos últimos 250 milhões de anos, mas sem nenhuma lógica ou ordem cronológica para se estabelecer de quanto em quanto tempo possa ser repetido o processo de modificação.

A verdade é que existe a necessidade de se estabelecer o antigo agrupamento continental a partir de uma correta referência, para não incorrer em um erro que impossibilite o conhecimento de suas condições quando da interação dos seus elementos físicos.

Só assim é que podemos não apenas conhecer a antiga distribuição e condição dos continentes, mas também saber por qual motivo tivemos a modificação que trouxe como resultado a atual geografia.
A reordenação continental apresentada ao lado, se diferencia das antigas que foram e são objetos de defesa das teses de Wegener, porque apresenta a reorientação agrupada dos continentes a partir de dois referenciais que são a costa brasileira com a africana e a região conhecida como Grande Banco ao Leste da América do Norte com a Baía de Biscaia na Europa.

Por estas referências nós temos a possibilidade de reagrupar de maneira perfeita não apenas a Groenlândia à Europa, mas também a própria Península da qual se consitituem Suécia e Noruega mais próximas a este continente e a mesma Europa mais próxima ao Continente Africano.

O que fica muito evidente e impossível ignorar, é a imensa região que se ausenta no meio do Oceano Atlântico entre a América Central e o Estreito de Gibraltar. Se medirmos a distância entre a proximidade do Suriname e o Estreito de Gibraltar, temos cerca de 3.800 km contornando a costa africana (linha vermelha número 3).

No entanto se medirmos a distância entre os dois pontos a partir da costa americana (linha verde número 4), temos cerca de 7.500 km. É portanto, impossível trazer a América Central para as proximidades do Estreito de Gibraltar, evidenciando um imenso vazio no meio do Oceano Atlântico. Este reagrupamento continental ainda está orientado a partir de um referencial magnético que é a antiga posição do pólo norte da Terra situado abaixo da Índia e ao Leste do Continente Africano (número 1). Porquê deste referencial? Por que temos nos registros mais recentes e nos levantamentos sobre regiões no planeta, o posicionamento dos depósitos salinos e dos depósitos glaciários tal como segue no mapa abaixo. Vale lembrar que os trabalhos realizados para a descoberta da mudança no posicionamento dos pólos só veio a ser realizada após a 2a. Guerra Mundial, com o uso do magnetômetro. Wegener não conhecia este processo, não sabia que os pólos haviam se alterado e não conhecia os mapas oceanográficos que só vieram a ser elaborados mais de duas décadas depois de sua morte.
Os depósitos glaciários são formações geológicas conferidas a determinadas regiões do planeta que por permanecer durante milhares de anos nas proximidades do pólo Norte magnético da Terra, acabam apresentando características geológicas depositadas de elementos glaciários. Isto só é possível quando da continuidade ativa de ação magnética polar nesta região, sendo portanto impossível a outras localidades obter as mesmas condições.

Os depósitos salinos são formações geológicas obtidas com a concentração de sal em determinados pontos do planeta que se encontram na linha equatorial da Terra (antigamente denominada "Zona Tórrida") ao longo de milhares de anos. Estas condições de salinidade concentrada é percebida com facilidade não apenas no Nordeste brasileiro e em outras partes da Terra como na Índia, e Indonésia, mas também e curiosamente se apresentam nas localidades destacadas no mapa anterior, cujas regiões são famosas pelo produto, como na França e na costa atlântica Norte Americana. Estes depósitos salinos são evidência comprovada de que estas mesmas regiões da Terra que se encontram na linha tropical, já estiveram na linha Equatorial sob outra orientação pólo-magnética, vindo de encontro ao resultado obtido e representado pela reordenação continental já conferida.

Por todos estes resultados, fica sendo de muita importância e de grande valor, o reconhecimento do significado que representa para a ciência contemporânea, os trabalhos de um meteorologista alemão, que não podia se conter diante das evidências que lhe ficaram patentes. Mesmo sendo duramente questionado quanto à razão de sua lucidez, perseguido por geólogos como Harold Jeffreys que em 1924 escreveria um livro intitulado "A Terra", onde se apresentava como principal opositor aos seus trabalhos, o então meteorologista não desistiu da sua tentativa inacabada de desvendar e solucionar com provas incontestáveis sobre o que perturbava a lógica do seu raciocínio.

Wegener dizia que se rasgássemos uma folha de jornal e comparássemos as duas partes, ficaria impossível deixar de admitir que ambas já estivessem unidas anteriormente, seja porque exista concordância de contorno entre ambas, seja pelo corte das letras, seja pelo sentido das palavras. Ele já havia encontrado fósseis de minerais e vegetais da mesma linha equatorial na Europa e nos EUA que se correspondiam no tempo geológico.

Jeffreys apresentava como principais elementos que comprovariam os continentes estáticos, a inexistência de animais pré-históricos do Terciário ou do Mezozóico nas Américas, tanto quanto a inconformidade da América do Norte com a Europa. Ainda afirmava que mesmo a costa brasileira e a africana não possuíam uma perfeição tão evidente como deveria.

A primeira afirmação de Jeffreys foi derrubada quando nos anos 60 foram encontrados diversos animais não apenas na América do Norte, como também nos Pampas na Argentina e mais recentemente no território brasileiro, não apenas do Terciário, como do Mezozóico e até do Paleolítico. À medida em que se passam os anos isso vai ficando mais evidente ainda.

A segunda afirmação de Jeffreys não era do conhecimento da ciência e não faria parte deste estudo, assim como até o presente ainda não se constitui em um objeto referencial para a continuidade das pesquisas em torno deste assunto. Mas as evidências aqui apresentadas podem fazer com que o internauta perceba que esta também não é uma barreira, mas sim uma prova à mais para o que abordava o pesquisador, visto que a conformidade da costa da América do Norte com a Europa é muito bem definida.
A terceira das apresentações defendidas seria estudada por um talentoso estudante da universidade da Tasmânia, que em 1954 concluiu existir uma conformidade de contorno mais precisa ainda do que se imaginava, pois a tão somente 200 km da costa dos dois continentes a concordância é mais correta e existem imperfeições quando do mapeamento pela estratificação da cartografia sobre contornos geográficos em uma forma esférica. O planeta ao ser mapeado, faz aparentar uma porção de terra como sendo muito maior do que verdadeiramente é, principalmente se a localidade estiver mais próxima a um dos círculos polares, como no caso da Groenlândia e da América do Sul. Jeffreys nunca se pronunciou a este respeito.

Hoje a pesquisa realizada por Wegener não é apenas reconhecida como Teoria de Wegener ou Teoria da Deriva Continental, como também obrigou ao reconhecimento de uma nova ciência, a Geofísica que engloba os diversos segmentos relativos ao planeta, como a oceanografia, climatologia, temperismo, vulcanologia, sismologia, meteorologia, geologia, geografia, paleomagnetismo, magnetismo, entre outros.

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