segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A Bateria de Bagda - Novo Post





Na década de 30, o arqueólogo alemão Wilhelm Konig descobriu em um vilarejo próximo a Bagdá, no Iraque, um misterioso vaso de argila de 13 centímetros de altura, contendo um cilindro de cobre que encerrava uma barra de ferro. O artefato mostrava sinais de corrosão, e testes realizados na peça revelaram a presença de alguma substância ácida, possivelmente vinagre ou vinho. Em outras palavras, o arqueólogo havia encontrado uma antiga pilha.

No entanto, o mais curioso é que o objeto foi datado em aproximadamente 200 anos antes de Cristo e, afinal, para que as pessoas de 2 mil anos atrás precisariam de uma pilha?! No total foram encontradas cerca de 12 baterias, e mesmo depois de tantas décadas desde o seu descobrimento, elas continuam intrigando os pesquisadores e gerando muitas discussões.

Discrepâncias

Existem muitas controvérsias envolvendo as pilhas, começando pela própria descoberta dos artefatos. Há poucos registros sobre as escavações, que foram pobremente documentadas pelo arqueólogo alemão. Portanto, até hoje não existe um consenso se Konig coletou os objetos do tal sítio arqueológico ou se os encontrou nos porões do Museu de Bagdá, depois de ter se tornado diretor da instituição.

A idade das baterias também é discutida, já que o estilo dos vasos pertenceria a um período posterior — entre 225 e 640 d.C. —, tornando os objetos muito mais “jovens” do que o apontado por Konig. No entanto, a maior discussão mesmo fica por conta da utilidade dos misteriosos objetos, pois simplesmente não existe qualquer registro histórico que se refira a eles. Teriam os persas antigos algum conhecimento sobre os princípios da eletricidade?

Réplicas funcionais

Independente das discussões sobre onde foram encontradas e se os antigos tinham conhecimento suficiente para fabricá-las, o fato é que as baterias eram capazes de conduzir uma corrente elétrica, fato comprovado por diversas réplicas criadas por pesquisadores em todo o mundo.

Embora ninguém saiba dizer ao para que eram empregadas, as réplicas indicam que as baterias eram capazes de produzir voltagens entre 0,8 e quase 2 volts. E mais: se fossem conectadas — apesar de nunca terem sido descobertos fios condutores entre os artefatos, infelizmente —, as baterias poderiam produzir voltagens bem mais altas.

Possíveis utilidades

Há quem acredite que as baterias fossem utilizadas pelos antigos médicos persas para tratar a dor através de pequenos choques. Outras teorias apontam que os objetos poderiam ter sido empregados na galvanização de superfícies metálicas, para embelezar joias, produzir moedas ou outros itens. Existe também a hipótese de que os artefatos ficassem escondidos em estátuas ou ídolos religiosos de metal, dando pequenos choques em quem os tocassem.

Em 1940, o engenheiro americano Willard Gray construiu uma réplica da pilha de Bagdá e, usando uma solução de sulfato de cobre, conseguiu gerar cerca de meio volt de eletricidade. Nos anos 70, o egiptólogo alemão Arne Eggebrecht fez a bateria funcionar melhor ainda com um ingrediente abundante na antiga Mesopotâmia: com suco de uva, a pilha produziu 0,87 volt de energia. Uma das hipóteses para o uso da pilha é a medicina - os gregos antigos, por exemplo, usavam peixes elétricos como analgésico. Mas a corrente gerada é pequena demais. Outra possibilidade é a aplicação da energia para galvanizar metais na ourivesaria.

Video Explicativo do uso da Bateria de Bagdad

Contudo, nenhuma divindade de metal que pudesse conter as baterias jamais foi encontrada, e não existem registros confiáveis sobre a réplica do suposto processo de galvanização em laboratório. Portanto, a não ser que alguém invente uma máquina do tempo que nos permita voltar e conferir para qual finalidade as baterias de Bagdá eram utilizadas, elas continuarão sendo um dos maiores mistérios arqueológicos do mundo.



FonteBBC Museum of Ancient Inventions The Museum of UnNatural Mystery World Mysteries

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