Pré-História
A América do Sul foi
provavelmente o último continente do planeta a ser habitado por humanos, à
exceção da Antártida. Segundo a teoria paleontológica mais consolidada, os
primeiros habitantes do continente teriam chegado por terra, vindos da América
do Norte e, antes disso, da Ásia por meio de uma ponte de gelo existente entre
os dois continentes na última Era Glacial. Outras teorias, no entanto,
especulam que a América do Sul poderia ter sido povoada por polinésios que
teriam atravessado o Oceano Pacífico em jangadas de bambu.
As primeiras evidências de
ocupação humana datam de 6500
a .C., por vestígios de agricultura: batata e feijão eram
cultivados na bacia do Amazonas. Outros vestígios, de cerâmica, indicam que o
cultivo da mandioca (até hoje alimento básico no continente) existiu desde pelo
menos 2000 a .C..
Nesta época, já havia várias aldeias nos Andes e arredores.
Nos rios e no litoral
(principalmente no Pacífico), consolidou-se a pesca, que ajudou a ampliar a
base alimentar. Lhamas e alpacas foram domesticados a partir de 3500 a .C., servindo para a
produção de carne, lã e como transporte.
Por volta do ano 1000, mais de
dez milhões de pessoas habitavam o continente, concentrados principalmente na
Cordilheira dos Andes e no litoral norte, banhado pelo Mar do Caribe. As demais
regiões eram de povoamento mais esparso e nômade, como a Amazônia, o litoral
Atlântico, o Planalto Central, o Altiplano, o Chaco e, finalmente, os Pampas, a
Patagônia e o Atacama no chamado Cone Sul.
Civilizações nativas
Os chibchas ou muíscas foram uma
das principais civilizações indígenas pré-incaicas, concentrados na atual
Colômbia. Lá estabeleceram uma confederação de vários clãs (cacicazgos) com uma
rede de comércio entre elas, além de ourives e agricultores. Junto com os
quíchua nos Andes e os aimarás no Altiplano, formavam os três grupos
sedentários mais importantes do continente.
A cultura Chavín, no atual Peru,
estabeleceu uma rede comercial e agricultura desenvolvida a partir de 900 a .C., de acordo com
estimativas e descobertas arqueológicas. Foram encontrados artefatos num sítio
chamado Chavín de Huantar, a uma altitude de 3.177 metros . A
civilização durou até 300 a .C..
Além destes e antes dos incas,
houve outras civilizações (povos organizados em cidades, não em tribos e
aldeias) sul-americanas, como os caral-supe ou Norte Chico (2500 a .C. - 1500 a .C., no centro do
Peru), a cultura de Valdivia (no Equador), os moche (100 a .C. - 700 d.C., no
litoral norte do Peru), a cultura tihuanaco ou tiwanaku (100 a .C. - 1200 a .C., na Bolívia), a
cultura Paracas-Nazca (400 a .C.
- 800 d.C., no Peru), o Império Huari (600 - 1200 d.C., no centro e norte do
Peru), o Império Chimu (1300 - 1470, litoral norte peruano), os chachapoyas
(1000 - 1450, na Bolívia e sul do Peru).
Outros povos importantes mas que
não chegaram a ser civilizações eram os tupi (do litoral Atlântico à Amazônia),
os guarani (na bacia do rio Paraná), os jê (na Amazônia e Planalto Central), os
aruaques e caribes (no Planalto das Guianas e litoral caribenho), os mapuches
(na Patagônia) e os aimarás (no Altiplano).
1100-1532: Ascensão do Império
Inca
Originalmente, os incas eram um
clã específico entre o povo quíchua (ou quéchua), que habitava os Andes. Estes
eram uma civilização, de fato, na medida em que construíam e viviam em cidades
(diferentemente dos indígenas da Amazônia e do Atlântico). Baseados em Cuzco,
eles ascenderam ao poder e formaram um exército poderoso o suficiente para
subjugar outras tribos e povos vizinhos, como os aimarás, os chibcha, os moche
e os chavín, entre outros.
Enquanto a Europa vivia o período
da Idade Média, os incas formaram um império que se estendia pela maior parte
do litoral ocidental (Oceano Pacífico) do continente. Embora sem conhecerem a
escrita nem a roda, os incas e os povos subjugados construíram um Estado
altamente avançado, de administração centralizada, com sistemas de estradas,
irrigações, cidades e palácios, e relações com os povos ao redor semelhantes às
que havia entre os romanos e os "bárbaros" e "federados". O
império era chamado de Tahuantinsuyu, ou "Estado dos quatro cantos do
mundo".
Em 1530, o Império Inca estava em
seu auge, com o imperador Huayna Capac. Este, no entanto, ao morrer deixou como
herança um império partilhado entre seus filhos Huáscar (com o sul) e
Atahuallpa (com o norte), o que ocasionou uma guerra civil entre os dois
irmãos. Foi nesse contexto que os Espanhóis chegaram.
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